Bucareste, 30 de abril (Adnkronos) – "Restaurar a confiança dos cidadãos e relançar a economia". Essas são as prioridades de Victor Ponta, candidato à presidência da Romênia, onde a votação será retomada no domingo, 4 de maio, após o primeiro turno ter sido cancelado em dezembro devido a uma suposta interferência russa. Em entrevista ao Adnkronos, o ex-primeiro-ministro social-democrata de 2012 a 2015, que concorre como independente, fala de Giorgia Meloni, indicando-a como "um modelo" para as relações com os Estados Unidos: "Nós também devemos agir como uma ponte entre os dois lados do Atlântico".
"A votação ocorrerá no domingo, 4 de maio. A votação será para eleger o Presidente da República, que em nosso país é um cargo eletivo, nomeado diretamente pelos cidadãos. Infelizmente, estamos votando novamente pela segunda vez em poucos meses", lembra Ponte, que liderou a campanha eleitoral sob o lema "Romênia em primeiro lugar". “Como sabem, as eleições de Dezembro passado foram canceladas pelo Tribunal Constitucional, embora os verdadeiros culpados do caos político sejam os partidos históricos tradicionais.”
A Romênia está voltando às urnas depois que o Tribunal Constitucional anulou os resultados da consulta de dezembro devido à suposta interferência da Rússia, que supostamente financiou as campanhas de mídia social de Calin Georgescu, um candidato de direita. “Foi um erro grave”, denuncia Ponta, segundo quem “é preciso sempre respeitar o resultado do voto popular, seja ele qual for: os cidadãos romenos foram privados da mais importante liberdade democrática, a de poder escolher o seu próprio presidente”.
"Devemos restaurar a confiança dos cidadãos e relançar a nossa economia. Devemos olhar para o futuro com flexibilidade e adaptabilidade, eliminando a nostalgia inútil que nos mantém presos a um passado que já não existe. A Roménia tem todo o potencial para ser um país de vanguarda, na Europa e no mundo, mas precisa de uma liderança com visão de futuro", afirmou o programa do antigo primeiro-ministro.
Quem quer que lidere a Romênia nos próximos anos terá inevitavelmente que fazê-lo negociando com a União Europeia, mas também com os Estados Unidos, que Ponta define como "os únicos capazes de nos defender da Rússia, tanto militar quanto tecnologicamente. Estamos testemunhando uma fase de tensão entre Washington e Bruxelas: alimentar o conflito não faz sentido, só beneficiaria nossos inimigos, que são muitos no mundo".
Em seguida, o candidato indica o "modelo" Meloni: "Devemos exercer o papel de ponte entre os dois lados do Atlântico, assim como Giorgia Meloni está fazendo pela Itália. Somos um dos maiores países da Europa, milhões de cidadãos romenos vivem em outros Estados-membros, temos direitos a exercer, mas também deveres que pretendemos respeitar. Ao mesmo tempo, nunca devemos esquecer o elo muito estreito que nos une aos Estados Unidos".