> > Remoção do mural de Liliana Segre e Sami Modiano em Milão

Remoção do mural de Liliana Segre e Sami Modiano em Milão

Mural de Liliana Segre e Sami Modiano em Milão

A remoção do mural de Palombo levanta questões sobre o anti-semitismo na Itália

Uma obra de arte que conta a história da memória

O mural intitulado “Antissemitismo, repetição da história”, da autoria do artista aleXsandro Palombo, representou um importante testemunho visual da memória histórica ligada ao Holocausto. Retratava Liliana Segre e Sami Modiano, dois sobreviventes, vestindo um colete à prova de balas decorado com a Estrela de David, sobre as jaquetas listradas dos campos de concentração nazistas. Esta poderosa imagem, colada nas paredes da Via Andrea Doria, em Milão, pretendia sensibilizar o público para o crescente fenómeno do anti-semitismo.

Vandalismo e remoção da obra

A notícia da remoção do mural gerou uma onda de indignação. O próprio Palombo expressou o seu profundo constrangimento pelo incidente, sublinhando como este gesto representa ainda mais estragos numa cidade já marcada por actos de vandalismo contra a arte. “Em Milão, o caos foi acrescentado ao caos”, declarou o artista, destacando a gravidade da situação num contexto em que o anti-semitismo parece estar a espalhar-se. A retirada da obra não é apenas um ataque à arte, mas também uma tentativa de apagar a memória histórica de acontecimentos trágicos.

A resposta da comunidade e do mundo político

A reação à remoção do mural envolveu não só o artista, mas também o mundo político e a comunidade. Muitos manifestaram solidariedade com Palombo e os protagonistas do mural, sublinhando a importância de manter viva a memória histórica. A decisão de não reparar as partes vandalizadas, tomada pelo artista, foi motivada pelo desejo de preservar o mural como documento testemunhal da tendência do anti-semitismo. Este gesto abriu um debate mais amplo sobre a necessidade de abordar e combater o anti-semitismo na sociedade contemporânea.