Roma, 20 de março (Saudação Adnkronos) – A cantora Rose Villain sofre de misofonia. Ele revelou isso em uma entrevista com Alessandro Cattelan para o novo episódio de 'Hot Ones' que será transmitido amanhã na Rai Play: "Eu tenho um problema com pessoas, sofro de misofonia e se as pessoas fazem barulho eu fico louco".
Mas o que é misofonia? Literalmente, é um ódio aos sons: há quem não suporte o barulho de chiclete ou giz no quadro negro. Mas em nível científico, apareceu pela primeira vez em um artigo de 2001 assinado por dois especialistas em distúrbios auditivos, Pawel J. Jastreboff e Margaret M Jastreboff. No artigo, o transtorno é diferenciado de outros transtornos já conhecidos, como hiperacusia e fonofobia. Na hiperacusia, o desconforto é causado pela ativação excessiva do sistema auditivo na presença de muitos sons (mesmo em indivíduos com nível auditivo normal), enquanto a fonofobia é o medo de certos sons. Na misofonia, no entanto, sons específicos causam uma reação desconfortável, especialmente aqueles produzidos pela boca e pelo nariz. No entanto, também há aqueles que são sensíveis a sons de cliques repetidos, como o de uma caneta de clique. Os especialistas da Airc explicam na página dedicada aos distúrbios e sintomas mais curiosos.
A maioria dos estudos sobre misofonia foi realizada desde 2013. Naquele ano, foram publicados os resultados da pesquisa que mais tarde ganharia o Prêmio IgNobel de Medicina de 2020, o reconhecimento satírico para as pesquisas mais excêntricas e absurdas, e a mídia também começou a se interessar pelo problema. Este é um distúrbio ainda pouco estudado e muitas questões permanecem sem resposta. Não sabemos, por exemplo, qual é a sua prevalência, ou seja, quão frequente é na população. Nem sabemos se ele se manifesta em relação a outros transtornos, nem qual é sua natureza exata. Os especialistas geralmente não acreditam que haja uma patologia do sistema auditivo. Há uma hipótese de que possa ser um distúrbio neurológico ou psiquiátrico, já que alguns testes preliminares parecem sugerir que ouvir sons capazes de desencadear reações ativa áreas específicas do cérebro.
No entanto, também parece haver um componente psicológico. Por exemplo, muitas pessoas com misofonia afirmam nos questionários usados pelos pesquisadores que começaram a sentir repulsa ainda jovens quando ouviam seus familiares mastigando. A reação deles a esses sons também pode implicar um julgamento "moral" que justifica o desgosto. Na prática, muitos misófilos consideram extremamente rude mastigar ruidosamente. Em outras palavras, a misofonia pode ser uma forma de hipersensibilidade que não diz respeito ao estímulo em si, mas sim ao significado que o paciente atribui a ele.